De acordo com Ideb, Marília tem a melhor educação do país
terça-feira, 1 de novembro de 2011O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado pela Revista Veja no domingo mostra que Marília teve a melhor avaliação do setor entre todas as cidades do país. A escola municipal Edméa Braz Rojo Sola, na zona norte, teve nota recorde de 7,5 pontos.
A notícia tomou repercussão nacional e mostra que no geral a cidade também teve a melhor nota: 6,4 pontos. Depois vem Foz do Iguaçu (PR) e Franca (SP) com 6,2, Americana com 6,1, e Divinópolis (MG) com 6.
O Ideb é medido pelo MEC e se baseia nos números de evasão e repetência e no resultado da Prova Brasil, realizada anualmente com alunos de 5º ano do ensino básico.
Para a diretora da escola Edméa Sola, Márcia Vinholo, a nota é resultado do comprometimento com a educação de qualidade que a equipe adotou desde a inauguração em 2007.
“Esse engajamento acabou chamando a atenção dos pais que hoje fazem parte da equipe e participam ativamente da rotina da escola”, disse Márcia.
A comerciante Silvia Adones, 44, tem a filha Larissa, 8, estudando na escola e diz não ter o que reclamar. “Ela está aqui há três anos e percebi o rápido desenvolvimento de aprendizagem”, disse.
A diretora afirma – e a reportagem da Veja comprova – que atividades extracurriculares como a firmada com professores da Unesp de Marília para a capacitação possibilitou levar para salas de aula experimentos práticos.
A fotógrafa Gabriela May de Castro, 24, conta que a filha Laiza, 6, em menos de seis meses já sabia ler e escrever, mesmo sendo portadora da síndrome do mutismo seletivo, espécie de trauma que reprime a comunicação da criança. “O método da escola é bastante eficaz e aos poucos percebo que ela tem ficado mais desinibida”, disse a mãe.
A aluna Bárbara Rayssa Silva Anjos, 10, confirma que a disciplina adotada pela escola incentiva e contribui para a boa convivência no colégio. “Na hora do intervalo estamos sempre organizados e já acostumamos”.
As professoras da escola Eliana Fonseca, 34, e Ana Lúcia Del Bone, 33, apontam o HEC (Horas de Estudo Coletivo), programa que consiste na troca de informações, estratégias e dinâmicas entre docentes toda semana com duração de duas horas, como uma das atividades extra classe que contribuem para o bom desempenho no Ideb.
Outra escola municipal que ficou entre as melhores do país é a Emef Reny Pereira Cordeiro na zona sul, que obteve nota 7,4.
“Os diagnósticos obtidos nas reuniões se tornam novas obrigações de professores e alunos no dia a dia, como a inclusão de meia hora de leitura todos os dias”, disse a diretora Daniela Rigoldi Del Nero Mota.
Bulgareli comemora resultado
O prefeito Mário Bulgareli convocou uma coletiva na tarde de ontem com a presença dos diretores das escolas municipais para dar a notícia à população.
“A nota que nossa educação obteve é um orgulho para nós professores e ter uma escola com uma das melhores notas ainda mais, pois buscamos sempre uma cidade melhor”, disse.
No evento foram divulgados números como as 50 escolas municipais e os convênios com o Restaurante Infantil e o Lar da Criança, onde atuam 1.100 professores que atendem 18 mil alunos, 3 mil deles são da educação infantil em período integral, segundo dados fornecidos pela secretária de educação, Rosani Puia.
A média de 6,4 pontos no ranking nacional para ela é uma satisfação e mostra o quanto a educação na cidade de Marília já superou a média nacional, atualmente é de 4,6 pontos e a meta estabelecida pelo governo federal. “A meta nacional é de 6 pontos nos próximos anos e nos orgulha estarmos acima dessa expectativa”, disse a secretária.
Propina da merenda segue investigada
Podia ser melhor caso não houvesse a mancha na área da Educação com o envolvimento do ex-prefeito e atual deputado federal Abelardo Camarinha, que é formalmente acusado de receber propina do contrato entre a prefeitura e a empresa que fornece alimentos às escolas.
Citado em depoimentos dados ao Ministério Público Estadual como receptador da propina, Camarinha ainda tentou barrar os trabalhos da CPI em andamento no legislativo municipal, sem sucesso.
Nos depoimentos mais recentes à comissão, nutricionistas da prefeitura e da própria SP Alimentação confirmaram a visita do empresário Genivaldo Marques dos Santos, pivô do escândalo, à Marília em 2006 para possivelmente tratar do pagamento de propina. Ele foi recebido pelo então secretário de Administração Carlos Umberto Garrossino, braço direito de Camarinha e até hoje chefe de gabinete do deputado em Brasília.
Fonte: Diário de Marília
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