Fiscalização de produtos do Paraguai é intensificada na região de Marília
segunda-feira, 19 de novembro de 2012A Polícia Rodoviária Federal tem intensificado a fiscalização na BR-153 na região de Marília (SP) em busca de produtos trazidos do Paraguai sem nota fiscal. Quem compra acima da cota, corre o risco de ter a mercadoria apreendida e ainda responder a inquérito por descaminho.
No depósito da Receita Federal quase não há mais espaço para guardar os veículos flagrados transportando mercadorias do Paraguai. O número de apreensões feitas no primeiro semestre deste ano nas estradas da região Centro-Oeste de São Paulo é recorde. São mais de R$ 4,3 milhões em produtos contrabandeados. No mesmo período do ano passado, esse número chegou a cerca de R$2,3 milhões, pouco mais da metade.
Maços de cigarro e eletroeletrônicos como computadores e videogames correspondem a mais de 90% das mercadorias que são trazidas do país vizinho, segundo a Receita Federal. A procura por esses tipos de produtos não para de crescer. “Nós temos apreensão desde caminhões até veículos pequenos que passam pela nossa região e estão com mercadoria irregular”, afirma Luís Henrique Lourenço, chefe substituto do núcleo de operações da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo a Polícia Federal, rodovias em bom estado de conservação no interior de São Paulo, mas pouco vigiadas são as preferidas. Eles saem de Foz do Iguaçu e utilizam estradas do norte do Paraná, passando pelas cidades de Maringá e Londrina, até chegar ao estado de São Paulo. O município paulista de Assis é a porta de entrada. As mulas do contrabando utilizam o trecho urbano para escapar de uma base da Polícia Rodoviária Estadual. Outra opção é o município de Ourinhos. Eles se arriscam em estradas de terra.
Um homem que prefere não se identificar vai todos os meses para o Paraguai pegar vários tipos de produtos para vender no Brasil. “Chega em Maringá, a gente precisa cortar caminho porque tem muito guarda, tanto em postos da Polícia Rodoviária, como efetivo em trechos, onde eles aguardam o pessoal que vem com as muambas”, conta.
A forma como essas mercadorias são trazidas também mudou. Na maioria das vezes são usados carros novos e em bom estado. A ousadia é tanta, que muitos deles não possuem película escura no vidro para esconder o que está sendo transportado. O porta-malas e os bancos ficam repletos de produtos e só sobra espaço mesmo para o motorista. Para evitar que os transportadores conheçam toda a rota, do Paraguai até a grande São Paulo, os responsáveis pela comercialização de produtos contrabandeados estão dividindo a viagem em pequenos trechos.
O objetivo é evitar que essas pessoas assumam o negócio. “A informação que nós obtivemos das pessoas que são flagradas com essas irregularidades são que estão praticando esse transporte simplesmente e não são proprietárias da mercadoria”, completa o chefe substituto do núcleo de operações da Polícia Rodoviária Federal.
Fonte: G1